quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

QUANDO A IGREJA PRECISA IR PARA O DIVÃ

Quando ela deixa de perceber que mesmo entre seus principais membros há pessoas que estão lutando com dilemas, dúvidas, incertezas, inseguranças e decepções;

Quando ela deixa de perceber que ao seu redor há sinais de morte e violência e faz de conta que não é com ela;

Quando ela não deixa que pessoas que professam cultura, rito ou mito diferente dos seus, se integrem plenamente em sua vida e missão;

Quando ela não consegue estender a mão para as pessoas cujas mãos estão machucadas, calejadas, trêmulas e manchadas pelas lutas da vida e dureza dos dias;

Quando ela não percebe que as famílias se desencontram, mesmo quando vão aos encontros de casais, porque não sabem como lidar com o contraditório e com a contrariedade;

Quando ela não se dá conta que mesmo entre sua liderança há sinais de imobilidade, passividade e prostração ante os dilemas que os dias de hoje apresentam aos líderes cristãos;

Quando ela não consegue gritar contra a violência que atinge a mulher, a criança, o idoso e os menos favorecidos, como se ela estivesse em outro mundo que não o da realidade;

Quando ela admite com complacência pessoas que apresentam uma condição de vida abastada ou com condições de oferecer recursos para os “projetos” que ela tem, mas, contraditoriamente, ela envia para os “iluminados” que sabem trabalhar com situações de crise, drogados, alcoolizados e discriminados da sociedade;

Quando ela não vê que seus servidores, no caso pastores e pastoras, estão adoecendo e adoentando outros, com suas loucuras em nome de um evangelho que não tem nada com o pregado por Cristo;

Quando não se dá conta que ela deveria ser uma comunidade terapêutica e não uma associação de esquizofrenia alimentada pela idéia de que Deus concorda com suas teorias individualistas, intolerantes e reacionárias;

Quando a morte, a dor do outro, o lamento, a murmuração do próximo, não alcançam os que deveriam atuar terapeuticamente, mas que agem tão somente pateticamente;

Quando o grito, o choro, o ranger de dentes são transformados em manifestação divina, enquanto a quietude, a reverência, a contemplação são tomadas como falta de experiência religiosa;

Quando a Igreja se referencia na máxima de Maquiavel “os fins justificam os meios” e não sente o constrangimento que o Espírito Santo produz por esta quebra de princípio do Evangelho;

Quando ela disciplina os membros “pequeninos” e não faz o mesmo com os que estão entre os maiorais da liderança;

Quando o pastoreio é virtual;

Quando o fundamento dos apóstolos ficou sendo somente dos apóstolos;

Quando o “ai daquele” proclamado pelos profetas ganha relevância entre os chamados líderes cristãos cujas práticas merecem um “ai daquele”;

Quando o vale tudo condenado pela ética da sociedade acaba valendo tudo no aconchego dos espiritualizados;

Quando ela perde o senso da misericórdia;

Quando o amor vira tema dos cânticos “espirituais” e neles fica cativo;

A Igreja que deveria ser terapêutica precisa ir para o divã quando o Cristo da fé, o Jesus de Nazaré, de sandálias bate na porta da Igreja pedindo acolhida. Ele, com certeza, estará acompanhado daqueles que não puderam adentrar no átrio da Igreja porque não eram os “escolhidos”.



Bispo Josué Adam Lazier

Qualidades que Deus quer encontrar na Igreja hoje

Em primeiro lugar, Deus quer encontrar uma Igreja que sonha, conforme Efésios 3.20. “Ora, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pensamos, ou pedimos, conforme seu poder que opera em nós...”O verbo pensar aqui neste versículo significa sonhar: sonhar com grandes coisas, grandes realizações, grandes obras, grandes conquistas de muitas almas para o Reino de Deus.

Em segundo lugar, Deus busca uma Igreja que é uma verdadeira testemunha sua aqui na Terra. Conforme Atos 1.8: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...” Deus quer testemunhas poderosas, testemunhas que se atiram, que aproveitam e criam oportunidades para pregar o Evangelho.

Em terceiro lugar, Deus busca uma Igreja que avança, conforme Paulo disse: “Avançando para as que estão diante de mim”. Filipenses 3.13b.

Em quarto lugar, Deus busca uma Igreja que se esquece das coisas que para trás ficam (Filip.3.13) Em Lamentações 3.20 também lemos: quero trazer à memória o que me pode dar esperança.

Em quinto lugar, Deus busca uma Igreja que não se contamina, como Daniel resolveu firmemente em seu coração, não se contaminar (Daniel 1.8) Há, por exemplo, muitas pessoas quebebem bebidas alcoólicas e dizem: “Ah, pastor, só um pouquinho não faz mal...” Veja o que diz o Salmo 42.7: Um abismo chama outro abismo, isto é, um vício chama outro vício, um pecado chama outro pecado. Portanto, meu irmão(ã) leitor(a), santifique-se. A Palavra de Deus diz: “santificai-vos e ele fará maravilhas no meio de vós.

Em sexto lugar, Deus busca uma Igreja que tenha a absoluta certeza da salvação. Diz João 10.28: Eu vos dou a vida eterna, e jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Conta-se que uma velha senhora encontrava-se em um navio, em alto mar, quando ocorreu um grave acidente com o navio. Enquanto todos se desesperavam, ela mantinha a calma. Então, o capitão lhe disse: A senhora não está preocupada? Ela respondeu: Tenho duas filhas; Marta e Maria. Maria está no céu e Marta está nos Estados Unidos. Se o navio não naufragar, eu vou ver Marta; se naufragar, vou ver Maria. O que significa isso? Certeza absoluta da salvação.

Pastor Cornélio Caixeta

Guarantã, SP

A Boa Nova

Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e que fazia diariamente brilhantes festins. Um pobre chamado Lázaro jazia coberto de úlceras no pórtico de sua casa. Ele bem quisera saciar-se do que caía da mesa do rico, mas eram antes os cães que vinham lamber suas úlceras. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para um lugar de honra junto de Abraão. O rico morreu também e foi enterrado. Na morada dos mortos, em meio às torturas, ergueu os olhos e viu de longe Abraão com Lázaro a seu lado. Ele exclamou: "Abraão, meu pai, tem compaixão de mim e manda que Lázaro venha molhar a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois eu sofro um suplício nestas chamas". Abraão lhe disse: "Meu filho, lembra-te de que recebeste tua felicidade durante a vida, como Lázaro, a infelicidade. E agora, ele encontra aqui a consolação, e tu, o sofrimento. Lucas 16.19-25.

Nunca podem os entender e pregar o Evangelho de uma maneira palpável demais. A pregação evangélica correta deve ser como uma bela maçã oferecida a uma criança ou um copo de água fresca oferecida a um sedento, com a pergunta: Você quer? Assim deveríamos falar das coisas da nossa fé, de modo que as mãos se estendessem mais depressa do que nós as pudéssemos encher. Então, as pessoas deveriam correr e não sossegar quando se falasse do Evangelho, assim como os doentes corriam ao encontro de Jesus, que ia de lugar em lugar curando, querendo ser curados a qualquer custo (mas o próprio Cristo curava mais do que convertia). Não se trata apenas de uma maneira de falar.
Pois não deveria ser mesmo assim nos lugares em que é pregada a boa-nova? Mas, de fato, não é assim. Todos sabemos que não é. E no entanto não deveríamos contentar-nos com isso, como se tivesse de ser assim.

Uma das razões – apenas uma! – é porque simplesmente evitamos apresentar o Evangelho de maneira tão palpável, tão vivencial, como ele é na verdade. Intelectualizamos o Evangelho, isto é, nós o aliviamos, o modificamos. Vejam, por exemplo, esse evangelho do homem rico e do pobre Lázaro. Passou a ser costume em toda essa história apenas o sentido de que os ricos devem ajudar os pobres. Em outras palavras, nós a transformamos num exemplo moralizante. Mas, se deixarmos essa história agir sobre nós com sua pujança original, veremos que ela não é nada disso. Trata-se pura e simplesmente do anúncio palpável da própria boa nova. É verdade, de uma forma tão palpável e compacta que deixemos de levá-la a sério.
Imaginemos aquela multidão de doentes, pobres, miseráveis, pobres Lázaros, reunidos ao redor de Cristo, e ele começando a contar essa história do pobre Lázaro leproso, sentado na porta do homem rico, indefeso até mesmo contra as investidas da cachorrada. E imaginemos aquele momento em que a história começa a virar, com as palavras: “O pobre morreu e foi levado pelos anjos para um lugar de honra junto de Abraão. Lázaro foi maltratado em sua vida, mas agora receberá o consolo”. Certamente ouviram-se gritos de alegria e de esperança no meio da multidão. Essa era a boa-nova, era a água fresca procurada com sofreguidão. Era o amor do próprio Deus que se dirigia aos pobres e miseráveis nessas palavras. Vocês marginalizados, discriminados, pobres e doentes, vocês desprezados, vocês serão consolados. (...)
Esse é o Evangelho da boa-nova do início de um novo mundo e de uma nova ordem de Deus. Os surdos ouvem, os cegos recuperam a vista, os coxos andam direito e a boa-nova é anunciada aos pobres (Lucas 7.22). (...)
Você é feliz, Lázaro pobre, marginalizado, leproso, ontem como hoje, porque você tem um Deus. Ai de você que está desfrutando os prazeres da vida e é respeitado, ontem como hoje. É a boa-nova de Deus para os pobres, anunciada de uma maneira concretíssima.
Mas antes de continuarmos devemos dar ouvidos também a toda série de objeções indignadas.
Em nosso meio há sempre aqueles que sabem melhor do que o próprio Novo Testamento o que Novo testamento pode querer dizer ou o que não. O que acabamos de apresentar seria uma interpretação grosseira do Novo Testamento, destinada ao povo rude. Não pode ser esse o sentido das palavras. Aquilo que, no Novo Testamento, soa mais ou menos do modo que acabamos de exemplificar precisa ser espiritualizado. Chamamos isso de “sublimação”, isto é, de refinamento, enobrecimento, espiritualização, moralização. Não seriam simplesmente os externamente pobres os felicitados, nem os externamente ricos os condenados. O importante seria sempre a atitude assumida diante da pobreza e da riqueza. O exterior não teria nenhuma importância, e sim a intenção: rico em Deus ou, respectivamente, pobre em Deus... O perigo dessa objeção está no fato de ela conter um grão de verdade. Sabemos, no entanto, que sua verdadeira finalidade é desculpar-nos. Como é fácil fugir das assim chamadas exterioridades para as intencionalidades: ser rico externamente, mas ser pobre na assim chamada intenção. Seria tão fácil afirmar uma atitude vigorosa na interpretação do Evangelho nesses termos, como se tratasse de pobreza e riqueza externas, quando na verdade interessaria apenas ao aspecto interno. Mostrem-me, então, onde, na história do pobre Lázaro, se diz alguma coisa a respeito de seu interior. Quem disse que ele foi um homem que interiormente nutria uma atitude correta em relação à sua pobreza? Pelo contrário, pode até ser que ele tenha sido um pobre importuno, já que ficava na porta do rico e não ia embora. E quem nos diz algo a respeito da alma do rico? Esse é justamente o aspecto aterrador da história: não há moralização. Fala-se simplesmente de rico e pobre, da promessa e da ameaça para um e outro. Parece que essas exterioridades aqui não são vistas como tais, pelo contrário, são levadas muito a sério. Por que Cristo teria curado os doentes e miseráveis, se não ligava para o aspecto exterior? Por que o Reino de Deus corresponde a fatos como: surdos ouvem, cegos recuperam a vista (Lucas 7.22)?...De onde vem essa arrogância incrível de querer espiritualizar as coisas que Cristo viu e fez de maneira bem palpável?

Está na hora de colocar um ponto final nesta espiritualização despudorada e hipócrita do Evangelho. Tomem-no como ele é, ou odeiem-no sinceramente!
Esse ódio realmente não lhe faltou, justamente porque o Evangelho era visto com a singeleza que lhe é própria. O ódio veio de dois lados diferentes.
Em que nos interessa um evangelho trazido para os fracos, plebeus, pobres e doentes? Somos homens saudáveis e fortes. Desprezamos a multidão dos Lázaros. Desprezamos o Evangelho dos pobres. Ele perverte nosso orgulho, nossa raça, nossa força. Somos ricos, sim, com muito orgulho. É uma maneira sincera de falar, certamente. Mas ao mesmo tempo é um discurso extremamente leviano e cheio de ilusões. Afinal, é tão simples desprezar a multidão dos Lázaros!

Mas se um único deles se coloca à sua frente, o Lázaro desempregado, o Lázaro acidentado, o Lázaro arruinado por sua culpa, seu próprio filho como Lázaro pedinte, a mãe desamparada e desesperada, o Lázaro que se tornou criminoso, o Lázaro ateu, você seria capaz de enfrentar um indivíduo desses dizendo: Eu o desprezo, Lázaro? Eu zombo da mensagem que o faz alegre. Você seria realmente capaz de dizer isso? Mas, se você não o consegue, por que faz como se fosse uma grande coisa poder ser assim?
Ou seria até mesmo um escárnio em si mesmo consolar com a perspectiva de um futuro melhor num outro mundo aqueles que aqui vivem na miséria e na desgraça? Não se tem a impressão que por detrás disso se esconde apenas a intenção de querer impedir de que esses infelizes se revoltem contra seu destino? Chamando-os de bem-aventurados para que fiquem quietos onde estão, sem importunar os outros? Não é uma atitude cínica falar em consolação celeste quando não se quer dar consolo aqui na terra? O Evangelho não serviria, na verdade, como engodo para a estupidificação do povo? Não se vê, no fundo, que a miséria não é levada a sério, e que os cínicos usam os chavões religiosos apenas para esconder-se por trás deles? Ah, inúmeras vezes aconteceu exatamente isso, até em nossos dias. Quem ousaria negá-lo? Mas um olhar para o Evangelho revela que não é isto que está escrito. Cristo chama os pobres de bem-aventurados (Lucas 6.20); mas também os cura, já nesta vida. Sim, o Reino de Deus está presente porque os cegos enxergam e os coxos andam (Lucas 7.22). Ele leva a miséria tão a sério que precisa destruí-la no mesmo instante. Onde Cristo está, o poder dos demônios precisa ser quebrado. Por isso ele cura e diz aos seus discípulos: Se crerdes em mim, fareis até obras maiores do que eu faço (Jo 14.12). O Reino de Deus ainda está no começo. As curas são uma espécie de clarões, como que relâmpagos vindos do mundo novo. Mas, então, a boa-nova já se torna mais poderosa. Felizes vós que agora chorais, haveis de rir; vós que agora tendes fome, sereis saciados (Lucas 6.21). Não se trata de um consolo cínico, e sim de uma grande esperança: o mundo novo, a boa-nova, o Deus misericordioso, Lázaro em companhia de Abraão, os pobres e marginalizados juntos de Deus – pode parecer tudo muito ingênuo e palpável. E se mesmo assim for verdade? Se é verdade? Continua sendo ingenuidade? Continua sendo não-espiritual? Não seria o caso de abrir bem os ouvidos e ouvir novamente a mensagem desse acontecimento inaudito, que Lázaro é levado pelos anjos – tanto ontem como hoje – para a companhia de Abraão? E que o saciado, o satisfeito, aquele que vivia os prazeres da vida, que o homem rico tem de sofrer sede eterna?
Até hoje falamos de ambos como se um não tivesse nada a ver com o outro. Certamente não é assim. Lázaro jaz à porta do rico, e só a pobreza de Lázaro faz com que o rico seja rico, assim como a riqueza do outro faz com que Lázaro seja pobre. Não se diz o que o rico e o que o pobre fizeram e o que não deveriam ter feito; o único acontecimento comum que atinge ambos igualmente é a morte. Essa é a luz estranha que ilumina os dois homens: ambos têm de morrer e por ambos espera uma vida nova. Esse fato os liga mais do que qualquer lei moral prescrevendo que o rico deve ajudar o pobre. No fundo, ambos já estão ligados um ao outro pelo destino comum que os aguarda. Na morte, o rico deixa de ser rico e o pobre deixa de ser pobre.Eles passam a ser iguais e uma coisa só. (...)
Por fim ficam as perguntas: Quem é Lázaro? Quem é o homem rico? E, finalmente, o que o homem rico deve fazer então?
Quem é Lázaro? Você mesmo sabe quem é: o seu irmão mais pobre, que não consegue dar conta de sua vida nem externa nem internamente, que se mostra muitas vezes tolo, impertinente, importuno, ímpio, e que mesmo assim é infinitamente carente e sofredor, mesmo que não se dê conta disso, que pede as migalhas de sua mesa. Talvez pense, um tanto lastimoso, que Lázaro é você mesmo. Só Deus sabe se você é. Mas não deixe de perguntar de vez em quando se você não poderia ser também o homem rico. Quem é Lázaro? É sempre o outro, o próprio Cristo crucificado que cruza o seu caminho sob mil formas desprezíveis. Sim, é ele próprio o eterno Lázaro.
Mas é necessário perguntar mais uma vez: Quem é Lázaro? Com toda a modéstia precisamos considerar, por fim, uma última possibilidade que surge no contorno de todas as possibilidades humanas e divinas: nós todos somos Lázaros diante de Deus. Mesmo o homem rico é um Lázaro. Diante de Deus, é ele o pobre leproso. Só quando descobrimos que somos todos Lázaros, porque vivemos da graça de Deus, passamos a enxergar Lázaro em nosso irmão.
E quem é o homem rico? Nossa história não responde a essa pergunta. Certamente, não somos ricos. Não estamos saciados e satisfeitos. Não desprezamos os prazeres dessa vida. Será mesmo? Está falando sério? Mesmo depois de encontrar Lázaro pela frente? Ou você não o encontra? Será mesmo que não somos nós o homem rico? Há uma outra história que responde a essa pergunta. É a história do jovem rico que era muito religioso e muito justo, mas que se retirou, triste, quando devia abandonar seus bens (Mateus 19.16-22). Esse é o homem rico. E nós?
E agora: o que o homem rico deve fazer? A resposta a essa pergunta está na história do bom samaritano (Lucas 10.25-37). Na nossa história só está escrito que o homem rico deve perceber que por trás dele e de Lázaro está a morte, e que por traz de Lázaro está o próprio Deus, Cristo, e a eterna boa-nova. É para abrirmos os olhos, para que enxerguemos o pobre Lázaro em toda a sua desolação repulsiva e, por trás dele, Cristo que o convidou para a sua ceia o chama de bem-aventurado. Torne-se visível, pobre Lázaro, torne-se visível, Cristo no pobre Lázaro! Ah, que nossos olhos aprendam a enxergar!

Dietrich Bonhoeffer (no livro A resposta às nossas perguntas. Reflexões sobre a Bíblia. Ed. Loyola, São Paulo, 2008. pg.31-41.)
Crédito das imagens: Rich in hell/Christian Dale e The good Samaritan/Vincent van Googh-1890

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pastoral de 27/12/2009

NÃO HAVIA BERÇO PARA O MENINO JESUS
Não havia lugar para eles na pensão (Lucas 2.7).

Que contraste: Jesus nasceu como sem-teto, na miséria. Nem tinha ber¬ço. Sua mãe precisou improvisar sua cama numa manjedoura. Mas, esse mesmo menino pobre e humilde é o enviado de Deus, o nosso Salvador. A notícia de seu nascimento é "motivo de grande alegria para todo o povo" (v. 10). Brilha como uma luz na noite escura. Chega, primeiramente, a pessoas bem simples e humildes. Elas se assustam, mas, imediatamente, recebem a mensagem consoladora: "Não tenham medo". Hoje, essa luz brilha especialmente para nós.
Natal é alegria – pelo encontro da família, pela ceia, pelos presentes, mas, sobretudo, pelo culto na igreja, pela vinda de Jesus, por sua humildade e sua solidariedade conosco. "Na Sagrada Escritura", dis¬se Martim Lutero, "não deveria haver nada mais alegre do que a mensagem: 'Cristo nasceu' ... Ouro, amigos, poder e honra, etc., não conseguem nos ale¬grar tanto como a Boa-Notícia de que Cristo se tor¬nou pessoa humana".
É o segredo do agir de Deus: ele escolhe justa¬mente "aquilo que o mundo despreza, acha humil¬de e diz que não tem importância" (I Coríntios 1.28). Dessa benevolência de Deus lembra-nos o Natal. O insignificante aos olhos humanos é o mais importante aos olhos de Deus. Por isso, podemos cantar glória a Deus e, motivados pela criança na manjedoura, promover a paz aqui na terra. Jesus, o Príncipe da Paz, promete: "Felizes os que trabalham pela paz entre as pessoas, pois Deus os tratará como seus filhos" (Mateus 5.9).
Que o Natal nos leve a refletir se estamos dando acolhida a Jesus em nossa vida. Um Natal cheio de paz é o que deseja a todos a
Pastora Édina Nascimento Ferreira

domingo, 20 de dezembro de 2009

O Ano Litúrgico - Estações e Celebrações

ADVENTO
Data/Duração:
4 Domingos antes do Natal
Evento:
A vinda de Cristo
Temas:
-Ventura perpétua
-Expectativa
-Esperança
Cores:
Roxo ou Azul
Fatos Bíblicos:
-A esperança
-As profecias
-A ida à Belém
Símbolos:
-Luzes
-Coroa do Advento
-Raiz de Jessé
Possíveis Trabalhos para Igreja:
-Cartazes
-Calendário
-Decoração de Natal
-Estudo das profecias
-Refletir sobre o momento atual da comunidade

NATAL
Data/Duração:
25 de Dezembro (1 ou 2 Domingos).
Evento:
Nascimento de Jesus Cristo.
Temas:
-Nascimento gracioso de Jesus Cristo
-Encarnação
-Alegria
Cores:
-Branco
-Amarelo ouro
Fatos Bíblicos:
-Histórias Cíclicas sobre o nascimento de Jesus em Mateus e Lucas
Símbolos:
-Berço/manjedoura
-Velas/luzes
-Anjos
-Crianças
Possíveis Trabalhos para a Igreja:
-Dramatização
-Vitrais coloridos com motivos Natalinos
-Músicas Natalinas
-Compartilhamento
-Doações

EPIFANIA
Data/Duração:
6 de Janeiro (4 a 9 domingos).
Evento:
-Revelação
-A chegada dos Magos
-A vida de Jesus
Temas:
-Chegada maravilhosa
-Batismo
-Milagres
-Evangelização
-Celebração
Cores:
Usa-se o branco por 8 dias e depois o amarelo ouro.
Fatos Bíblicos:
-Os Reis Magos
-O batismo de Jesus
-O casamento em Caná
-Os milagres e os ensinos de Jesus
Símbolos:
-Estrela
-Magos
-Mãos que curam
-Peixe e Pão
-Andar sobre as águas
Possíveis Trabalhos para a Igreja:
-Festa de talentos com cânticos, poesias, etc.
-Fantoches para histórias bíblicas
-Pinturas sobre os milagres
-Resolver juntos problemas da comunidade, etc.

QUARESMA
Data/Duração:
Seu início é variável (40 dias após o término da semana santa).
Evento:
A morte de Jesus
Temas:
-Consagração até a morte
-Tristeza
-Sofrimento
-Crucificação
-Última viagem à Jerusalém
-Perdão
Cores:
Roxo
Fatos Bíblicos:
-O servo sofredor
-Jornada à Jerusalém
-Entrada triunfal
-A última ceia
-Traição de Pedro
-Crucificação
Símbolos:
-Cinzas
-Vasilha com água
-Cruz
-Coroa de espinho
-Galo
-Pregos e painéis alusivos a data
Possíveis Trabalhos para a Igreja:
-Estudar vários tipos de cruzes
-Aprender novos cânticos
-Participar do sofrimento do próximo ajundando-o na busca da solução

PÁSCOA
Data/Duração:
O domingo após a primeira lua cheia após 25 de fevereiro.
Evento:
Ressurreição de Jesus Cristo.
Temas:
-A inexplicável renovação da vida
-Ressurreição
-Libertação
-Renovação
-Transformação
-Louvor
Cores:
Branco ou amarelo ouro
Fatos Bíblicos:
-Histórias sobre ressurreição
-O Êxodo
Símbolos:
-Velas de Páscoa
-Túmulo vazio
-Borboleta
-Nascer do Sol
-Cruz vazia
-Coroa e cruz vazias
Possíveis Trabalhos para a Igreja:
-Vigília Pascal
-Alvorada nas casas
-Bandeirolas e cartazes
-Dramatizar temas como a estrada de Emaús
-Musical de Páscoa

PENTECOSTES E TRINDADE
Data/Duração:
50 dias após a Páscoa
Evento:
A grande comissão de Cristo
Temas:
-A chegada do Espírito Santo
-Dom do Espírito Santo
-O povo de Deus
-Vida em comunidades
Cores:
Vermelho
Fatos Bíblicos:
-Nascimento e crescimento da Igreja
-Formação de um novo Israel
-O dom do Espírito Santo de Deus
Símbolos:
-Pomba
-Navio
-Peixe
-Chama (fogo)
-Bandeirolas
-Balões
-Pipas
Possíveis Trabalhos para a Igreja:
-Cânticos sobre o Espírito Santo
-Concurso de histórias, poesias, cânticos
-Fazer novos amigos e amigas

PRIMÍCIAS DO REINO
Data/Duração:
Último domingo de agosto até o 4º domingo antes do Natal
Evento:
-Reino de Deus
-Criação
-Providência
-Consumação
Temas:
-A missão divina para a história futura
-Justiça
-Amor; paz; promessas
-Igreja
-Reino
Cores:
Verde
Fatos Bíblicos:
-O Reino de Deus
-As parábolas sobre o Reino
-A terra prometida
-Pérolas
Símbolos:
-Cruz e coroa
-Príncipe
-As mãos de Deus
-Grão de mostarda
Possíveis Trabalhos para a Igreja:
-Cartas para pessoas de igrejas em outros lugares
-Envolver-se com necessidades locais e globais da vida
-Questões ecológicas
-Envolver-se mais na comunidade

Pastoral de 20/12/2009

4º Domingo do Advento

Estamos no 4º Domingo de Advento: tempo que Deus nos dispõe para nos prepararmos para a vinda do Deus menino; tempo de relembrarmos a ação graciosa de Deus em nossas vidas; tempo de espera, alegria e disposição para percebermos e colocarmos sinais do Deus presente entre nós.
Temos ainda uma semana para o dia de Natal. Imagino que nestes dias temos muitos afazeres: é tempo de limpar nossa casa e deixá-la bonita para o dia de Natal; é tempo de ensaio dos teatros de Natal e de encerramento dos trabalhos de grupos nas comunidades; é tempo de confraternização com amigos e colegas de escola e trabalho; é tempo de 13º salário; é tempo...
Neste domingo que antecede o Natal, a história de Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um “SIM” incondicional aos planos de Deus. É preciso que através de nossos “sins”, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer às pessoas – de maneira especial aos pobres, humildes, infelizes, desesperançados – a salvação e a vida de Deus.
Será que o motivo da nossa correria e cansaço não é justamente porque não correspondemos aos planos de vida que Deus tem nos preparado?
Precisamos sempre de novo nos dar conta dos instrumentos que Deus usa para realizar seus planos: Maria era uma jovem mulher de uma pequenina aldeia cheia de pessoas pagãs de onde “não podia vir nada de bom”. Deus age através de homens e mulheres, independente de suas qualidades humanas. Deus age através de você!
Separe este momento para glorificar a Deus pois ele te ama e tem um plano na sua vida, assim como ele teve na vida de Maria e José. E que neste tempo, possamos colocar em prática os sinais de Deus em nossas vidas.

Com carinho, Pastora Édina.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

E A Obra De Deus Avança...

Terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Trabalho missionário na Congregação Metodista em Jardim de Alá/JF-MG está crescendo e a obra de Deus tem avançado. Durante 2° semeste de 2009, a congregação acolheu o aluno Douglas Bortone, da Escola de Missões Carlos Wesley. Realizamos várias atividades como, cultos nos lares, evangelismo na praça e de casa em casa, o Projeto de Oração para mulheres e também um trabalho missionário com crianças aos sábados a tarde. Em setembro tivemos a Festa da Amizade, onde foi realizada a venda de cahorro-quentes para o fundo missionário local, onde nossa comunidade de fé se tornou mais conhecida na região. Com os trabalhos de evangelismo e visitação, os moradores do bairro tem desmonstrado interesse e desejo de servir ao Senhor. Realizamos também a campanha de Oração "Aliança com Deus - Um Pacto de Fé"; tivemos momentos abençoados com a participação do Pr. Eduardo Machado (IM Linhares/JF), Pastora Débora Coutinho (IM Monte Castelo/JF), Pastora Edina Nascimento ( IM Jardinopolis), que sem dúvida foram momentos de busca do Espirito Santo e de renovação da Aliança. Durante 5 meses recebemos mais de 30 pessoas e crianças sendo atendidas pela nossa comunidade fé e duas novas familias que aceitaram a Cristo. Louvamos a Deus pela vida de todos e todas, especialmente pela vida da Pastora Edina Nascimento, a qual esteve Supervisionando nosso trabalho e dedicando tempo e amor ao mesmo. Sonhamos com uma igreja forte, avivada, restaurada, onde pessoas serão salvas, libertas e acolhidas por Deus e pela parte do Corpo de Cristo aqui presente. E por, isso e por tudo que Deus há de fazer neste lugar podemos dizer que " Até aqui nos ajudou o Senhor"!

Informou: Douglas Bortone
Aluno do Curso de Evangelista/Formação Missionária
Escola de Missões Carlos Wesley - 4Re

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um Povo Chamado Metodista


Olá pessoal,

Acessem esse site e vejam um pouco do lindo povo chamado metodista.
http://www.metodistasonline.kit.net/


sábado, 12 de dezembro de 2009

Pastoral de 13/12/2009

DIA DA BÍBLIA - TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO

LUZ QUE BRILHA
Deus mandou um mensageiro, um homem chamado João,
para falar a respeito da luz”( João 1.6,7).


É Advento. O mundo se enfeita. Há muito brilho, muitas luzes, preparativos...
Imaginemos o seguinte: uma pessoa de outro país, outra cultura, outra religião vem, inesperadamente, para o nosso meio. Começa a reparar o que está acontecendo, e pergunta: por que tantas luzes coloridas? Por que tantos enfeites? Por que tantos preparativos? Será que isso acontece sempre, ou somente nesta época do ano? Com certeza, ficaríamos sem jeito, sem resposta convincente para dar. Ou não teríamos nada a dizer?Talvez, não tenhamos resposta porque algumas tradições estão tão enraizadas que, com o tempo, perderam o sentido. Todos enfeitam suas casas, suas lojas, dão presentes. Eu também o faço. O que, na sua origem, tinha um grande sentido, passou a ser mera tradição. Hoje é o dia da Bíblia. Ela é um livro especial porque é a Palavra de Deus. Nela, o Senhor mostra quem ele é. Aponta para uma luz que brilha na escuridão. Uma luz? Sim, João Batista, o mensageiro, veio falar da luz, apontar para ela. A pergunta do visitante estrangeiro nos intriga: por que as luzes, os enfeites, tantos preparativos, nessa época do ano? Quem é essa luz? Eis a resposta da Bíblia, de João Batista, de Deus: é Jesus Cristo, o nosso Salvador. É para ele que a Bíblia aponta. O mensageiro João mostrou quem é a luz. As luzes que brilham, os enfeites, os preparativos, enfim, tudo tem apenas um foco: Jesus Cristo, o Salvador, a luz do mundo.

Estude a Bíblia!
Porque quem não lê:
Mal fala,
mal ouve,
mal vê!

Com carinho, Reverenda Édina.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Perguntas Honestas Para Cristãos(ãs) Sinceros(as)

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Toda Escritura É Divinamente Inspirada Para o Ensino...

Rev. Otávio Júlio Torres
Presbítero da Igreja Metodista na 4ª RE,
Mestre em Bíblia, Bacharel em Teologia
e Licenciatura Plena em Filosofia, pela UMESP.
Estudo alusivo ao Dia da Bíblia 2º Dom/Dez


Nunca se fez tão necessário, como nos dias de hoje, apegar-se às palavras das Escrituras bíblicas, como Timóteo é orientado a fazê-lo (2 Timóteo 3.14- 17). Dias marcados pelo enfraquecimento e desvalorização da Escola Dominical (como lugar privilegiado para o estudo da Bíblia); dias marcados pelo esvaziamento dos ambientes destinados ao estudo bíblico. Isto é tão notório que há confissões cristãs surgidas e baseadas, exclusivamente, em celebrações cúlticas de oração e libertação. Certamente, este é um serviço importante a ser prestado pela Igreja em dias de "multidões de ovelhas sem pastor", como bem destacou Jesus. Entretanto, também não deve ser relegado ao segundo plano ou descartado o valor que Jesus reservou ao ensino. Os estudiosos da Bíblia concordam amplamente que Jesus tenha dedicado, nos relatos dos Evangelhos, cerca de 50% do seu tempo ao ensino das Escrituras. Os outros 50% foram dedicados à evangelização (pregação do Reino) e à libertação (operação de sinais e maravilhas). Dito isto, é nosso objetivo neste texto, dedicado às comemorações do Dia da Bíblia, partilhar, à luz do metodismo, dois enfoques possíveis de interpretação bíblica:
(1) A interpretação dos textos bíblicos a partir de nossa experiência de fé, ou seja, no contexto da nossa vida diária; e (2) a interpretação da Bíblia a partir de procedimentos científicos, que procuram desvendar o sentido que o texto representava para o local, época e comunidades nos quais foi formulado. O primeiro enfoque consiste numa abordagem prática, direcionada a captar a mensagem dos textos para o hoje da fé e do discipulado. E o segundo é uma tarefa que tem na ciência o seu fundamento. Não obstante, ambos são contemplados positivamente no ambiente dos escritos bíblicos (Lucas 1.1-4; Atos 7.22; 1 Pedro 3.15). Na história do Metodismo, vemos também essas duas vertentes. Como declararam Carlos e João Wesley: "Vamos unir duas coisas há tempos separadas: a ciência e a piedade vital". João Wesley dizia que nenhuma formulação teológica, por melhor estruturada que fosse, poderia ser anterior à vivência da fé e do amor, na vida cristã: "Quanto mais deve ser o amor preferido... à própria verdade sem amor" (Sermões I).

No entanto, isso não significa que ele fosse indiferente à questão da verdade, alimentando atitudes pietistas extremadas ou avessas à reflexão teológica. Para Wesley, a compreensão teológica nos serve como instrumento a serviço da fé e da vida cristã. A Bíblia é, para Wesley, a autoridade suprema e definitiva em termos de reflexão teológica. Todavia, ele evita sabiamente enveredar pelos caminhos tortuosos da exegese (explicação interpretativa) literalista e do biblicismo. E, por isso, desenvolveu uma estrutura teológica bem configurada, seguindo passos e procedimentos metodológicos bastante nítidos, que conhecemos como quadrilátero metodista, tendo a Bíblia ao centro:

A tradição, para Wesley, significava a valorização da experiência histórica da Igreja Cristã. Ele considerava sua formação anglicana, reafirmava o valor dos escritos antigos da Igreja, bem como os concílios e credos ecumênicos dos Reformadores. Mas, entendia que o significado pleno da fé em Cristo não pode ser compreendido unicamente por meio do conhecimento da tradição. Daí, o valor inestimável da experiência. A experiência atualiza a convicção viva da transformação que Cristo realiza em nós (João 9.25). Wesley, entretanto, também sabia que somente a experiência pessoal é insuficiente para uma interpretação bíblica responsável. Uma teologia construída exclusivamente na experiência dá margem para o subjetivismo e o fanatismo. Por isso, a razão desempenha um papel insubstituível na reflexão teológica e na experiência da fé. Ela equivale ao bom senso ou ao senso comum humano. Ela evita os exageros de determinadas aplicações de textos bíblicos que não consideram, por exemplo, o seu contexto próprio, que indica as particularidades de seu uso. Ele recomenda: "Faça à razão tudo o que ela pode; usai-a até onde ela pode ir". Por último, Wesley destaca que a Criação de Deus também se nos apresenta como critério para compreendermos a revelação divina (Salmo 19.1). Salienta que, ao observarmos a Criação, adquirimos algum conhecimento de Deus. No seu prefácio aos Sermões, Wesley apresenta resumidamente seu método interpretativo. Os textos entre parênteses e em negrito são destaques nossos: "Há alguma dúvida acerca do significado do que leio? Alguma coisa parece obscura e de difícil compreensão? Elevo o meu coração para o Pai das luzes: Senhor - não é palavra tua? - 'se alguém tem necessidade de sabedoria, peça-a a Deus'. Tu a dás 'liberalmente e sem recriminações'. Tu disseste: 'se alguém quiser fazer a tua vontade conhecerá'. Desejo fazê-la; deixa-me conhecer a tua vontade (neste trecho aparece o uso da experiência pessoal de Wesley com Deus). Então, busco e pondero passagens paralelas da Escritura, 'conferindo coisas espirituais com espirituais' (aqui aparece o uso da Bíblia). Medito nelas, com toda a atenção e determinação de que minha mente é capaz (uso da razão). Se alguma dúvida ainda permanece, consulto os que são experimentados nas coisas de Deus e, depois, os escritos pelos quais, mesmo mortos, ainda falam (uso da tradição). Aquilo que assim aprendo, isso ensino." Concluindo, é mister lembrar a advertência deixada em Hebreus 4.12: "Porque a palavra de Deus é... mais cortante do que qualquer espada de dois gumes". E uma espada em mãos erradas - seja nas mãos de quem não sabe manuseá-la, seja na mão de quem a usa para praticar o mal - pode gerar a morte. Assim, Dave Hunt, em seu livro "Escapando da Sedução", alerta a igreja sobre o perigo de, no desejo sincero de comunicar o Evangelho, cair no modernismo. Isto é, transformar a mensagem do Evangelho numa pregação aceitável pelas pessoas com a adoção de ideias do mercado consumista, revestidas de um vocabulário bíblico, para oferecê-las como verdades do Evangelho para o mundo. Por isso, em nossa comemoração ao dia da Bíblia, vale a pena destacar o método wesleyano, visando evitar leituras das Escrituras contrárias ao próprio Evangelho nelas anunciado.

GLOSSÁRIO

EXEGESE: Explicação interpretativa da Bíblia que obedece a procedimentos científicos. Exemplo: Filologia(estudo das línguas originais, hebraico e grego), Crítica Textual (analisa e sugere correções aos diversos manuscritos dos textos da Bíblia), Crítica Literária(estuda os textos sob o ponto de vista da sua produção literária - autoria, estilo de redação, coesão e estrutura interna do texto, etc.)

BIBLICISMO: Apego exagerado à Bíblia para explicar todos os fatos passados, presentes e futuros. A Bíblia conteria, assim, as respostas a todas as questões, sem considerar as limitações próprias de tempo, cultura e espaço experimentados pelos autores bíblicos.

EXEGESE LITERALISTA: Credibilidade total à letra do texto bíblico, sem perguntar pelo contexto gerador do escrito e sua intenção.

FANATISMO: Excessivo zelo religioso, que nega a voz da razão; adesão cega a uma doutrina.

PIETISTA: palavra que remete a um grupo religioso dos tempos de Wesley e desde os primeiros reformadores. Sua ênfase era a piedade pessoal, com amplo uso de jejuns, orações, e obras de misericórdia, como assistência aos pobres, órfãos, viúvas, etc. Sua ênfase nas questões morais era muito elevada. Eram radicais em sua busca de perfeccionismo e seu nível de exigência quanto à fé e à prática era muito elevado.

SUBJETIVISMO: Sistema de pensamento relativo à pessoa que somente admite suas ideias como verdadeiras, mesmo que não haja fundamentação ou argumentação que as valide.


Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardálo-ei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei, e observá-la-ei de todo o meu coração.
(Salmo 119.33-34)

A Importância Do Evangelismo!!!

Por falta de entendimento alguns cristãos têm negligenciado o evangelismo. O evangelismo é um assunto que deveria ter a maior atenção por parte dos seguidores de Cristo, pois edifica a vida do crente e da igreja.

O evangelismo é um cumprimento dos mandamentos do Senhor Jesus. Quando a igreja está ensinando o crente a evangelizar, ela está levando o crente a cumprir este mandamento.
Mc. 16:15.

O evangelismo faz com que o crente não mantenha uma vida acomodada dentro da igreja, sem frutos. Mas sim com que ele venha a se sentir útil na obra do Senhor. Is.48: 17. I Co.12:7.

Por que vemos poucos trabalhadores na seara do Senhor? Por que os cristãos se preocupam muito pouco com o evangelismo. Lc. 10: 2.

O evangelismo também tem a função de tirar da vida do crente a timidez e faz com que deixe de se envergonhar do nome de Jesus. Mc. 8: 38.

O evangelismo tem a função de fazer o Evangelho ser pregado em tempo e fora de tempo.
II Tm. 4: 2.

O evangelismo também faz com que o inferno seja invadido pela igreja do Senhor. Mt. 16: 18; Lc. 10: 19. Através do evangelismo muitas almas se convertem, muitos novos discípulos de Cristo são feitos, então se cumpre o que está escrito: Mt. 28: 19.

O evangelismo leva o crente a fazer seu corpo físico instrumento de Deus. I Co. 6: 20.

O evangelismo faz com que crente venha a conhecer o Poder e a Autoridade que há no nome de Jesus. Fp. 2: 9; Sl. 60: 12.

O evangelismo é fazer com que todas as criaturas venham a conhecer o Poder de Deus para salvar todo aqueles que crerem. Rm. 1: 16.

Quando o crente está evangelizando, ele está testemunhando o nome de Jesus Cristo. At. 1: 8; At. 12: 32.

Fazer evangelismo é anunciar que pela fé no nome de Jesus os enfermos são curados. At. 3: 16; Lc. 5: 31.

O evangelismo é anunciar ao pecador que Jesus Cristo deseja salvá-lo. Lc. 5: 32.

O evangelismo é anunciar que Jesus Cristo vive e é o mesmo ontem, hoje, e sempre. Hb. 13: 8.

Em um mundo de guerra, e sem esperança, o evangelismo faz com que o crente traga uma mensagem de paz e justiça. Anunciando boas novas. Is. 52: 7. O evangelismo é uma obrigação de todas as denominações, a igreja que não faz a obra de pregar o evangelho de Cristo está morta, pois não produz frutos! Mc. 16: 15.

Quando a Igreja está envolvida na obra de evangelismo, ai o Espírito Santo está se movendo em busca do pecador. Ap. 22: 17.


"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos."

João 15:1-8


Jesus pregou até sua morte, e como imitadores dele, devemos seguir seu exemplo de evagelização!

Você Já Falou Hoje Com Alguém Sobre Jesus???

“Porque se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa
obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho.” (I Cor 9:16)

Pregar o evangelho é cumprir um mandamento divino. Segundo Mt 28.19 todos os servos de Cristo são comissionados a ir, ensinar e batizar. Minha responsabilidade com a evangelização é mais do que um desafio, e isso pode ser comprovado em vários textos bíblicos, o dever de evangelizar vai além dos sentimentos.

• Você tem cumprido a sua obrigação no que se refere a evangelização?
• Você sabia que todos nós somos responsáveis por missões?
• Que tipo de recompensa você espera de Deus pela sua participação em missões?

A Fábula Do Porco-Espinho:

Durante a era glacial, muitos animais
morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação,
resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam
e se protegiam mutuamente; mas, os espinhos de cada
um feriam os companheiros mais próximos,
justamente os que ofereciam maior calor.
Por isso decidiram afastar-se uns dos outros
e voltaram a morrer congelados.

Então precisavam fazer uma escolha:
ou desapareceriam da Terra ou aceitavam
os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver
com as pequenas feridas que a relação
com uma pessoa muito próxima podia causar,
já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram!

Moral da História:

O melhor relacionamento não é aquele
que une
pessoas perfeitas, mas aquele
onde cada um aprende
a conviver com os defeitos do outro
e consegue admirar suas qualidades.

Pastoral de 06/12/2009

Vela Acesa!

Primeiro Domingo de Advento - Acenda a vela!

Leitura Bíblica: Lucas 12:35-37

“Estejam prontos para servir, e conservem acesas as suas candeias.” (Lc 12:35)


Uma vela ainda não é uma luz. Ela pode transformar-se numa luz. Só falta o fogo para acendê-la. Assim também é com o ser humano. Existem muitas “velas” e poucas “luzes”. Os que são somente “vela”, são os que tiveram uma educação cristã, têm interesses religiosos, lêem livros cristãos, freqüentam reuniões cristãs e cantam hinos evangélicos. Está tudo aí, mas falta a luz. Somente o fogo do amor, o fogo do Espírito Santo é que transforma a “vela” numa luz e a faz arder em fé. A maior e mais bela vela não serve para nada na escuridão. Mas a luz, por menor que seja, espalha claridade e calor. Nada contra uma educação cristã. Isso é bom, claro. Mas o mais importante é o relacionamento pessoal com o Senhor Jesus através da fé. Só então nossa “vela” torna-se uma luz que brilha, que queima. Esta também pode acender outras e assim passar a luz adiante. É isso que o Senhor Jesus quer ensinar-nos por meio destes versículos. Vivemos num mundo escuro. Há muitas velas, é verdade. Mas falta o fogo. Falta aquilo que realmente faz a diferença. Faltam pessoas que deixem Jesus ter lugar em suas vidas. Ele quer acender a luz da fé, do amor, da esperança, do servir. Isso acontece onde pessoas o recebam como seu Salvador e Senhor em suas vidas. É o que a Bíblia chama de conversão. Isso é mais do que religiosidade. É um relacionamento pessoal com Jesus. É mais do que recitar alguns versículos bíblicos ou cantar algumas canções cristãs. É saber: agora a minha vida pertence a Jesus e eu sou salvo pela sua graça. Então o fogo do Espírito Santo fará de nós “velas” acesas que testemunhas da salvação, que falam de Jesus e que querem levar outros a conhecer o Salvador. E, contagiados por este fogo do amor de Cristo, podemos brilhar e clarear outras vidas ao nosso redor.

De nada vale uma vela sem luz. O que é você: vela ou luz?